PARISIENSE DESMISTIFICADA

olharesviajantes
5 de jan. de 2015
2 min de leitura

Lembro de ter lido sobre o livro Como Ser uma Parisiense em Qualquer Lugar do Mundo em vários blogs de moda e em muitas revistas sobre o assunto. Fiquei sabendo que a edição em português só seria lançada em novembro de 2014, mas eu realmente estava curiosa e ansiosa, não podia esperar. Em todas as livrarias que passava na Grande Florianópolis, acabava perguntando pelo livro – em inglês, mas não tinha sucesso. Nunca o achava.

Acabei esperando até novembro para comprar e levei um choque. Não era nada do que eu tinha pensado que fosse. Como já havia lido A Parisiense, de Inès de La Fressange, imaginei que o livro escrito pelas amigas Anne Berest, Sophie Mas, Audrey Diwan e Caroline de Maigret, seria nessa mesma linha, mas – felizmente – não é.

*Vale a pena conferir: o instagram oficial do livro. Com ótimas fotos de parisienses, ou de quem quer ser uma.

Como ser uma Parisiense em Qualquer Lugar do Mundo não é um livro de moda, mas fala de moda. Também traz em pauta a gravidez, o amor, o comportamento, relações, a beleza e a gastronomia em forma de um guia nada tradicional. Ele consegue desmistificar a parisiense de um modo inteligente e muito bem-humorado. Sem pitis e mimimi, mas nu e cru.

Quatro mulheres fortes, nascidas na Capital francesa e com personalidades completamente diferentes mostram que todos nós possuímos um pouco dessa personagem endeusada que é a parisiense - seja no drama, no glamour, na taça de vinho ou na xícara de café, nos dias nublados ou ao ler um livro.

A mulher que nasce na cidade da luz é alguém normal, comum, de carne e osso, que pode ser tocada -

e que quer sentir esse toque. É alguém que tem seus dias ruins, que trabalha, estuda, se decepciona com amores, que nem sempre vai estar bem arrumada ou com aquela “aura sobrenatural” que todos pintam.

Publicado pela editora Fontanar, Como ser uma Parisiense, traz uma parisiense do século atual. A publicação conta com 272 páginas – entre textos bem redigidos e belas fotografias e mostra todas as facetas dessa mulher que teve a (sorte?) de ter nascido em Paris.

Histórias engraçadas, dicas das boas, incluindo receitas; poesia, paixão, melancolia, amizade, maternidade, relações e solidão. É um livro que fala de loucura, não que isso seja algo ruim. É uma publicação feminina, que tem um quê feminista, de modernidade. São abordagens diferenciadas que trazem a ironia em conjunto com a elegância.

Vale ler as palavras daquelas que foram além e desconstruíram de uma forma positiva a clássica parisiense. É dessa forma – sabendo as loucuras, os defeitos, os desejos, as virtudes dessas mulheres e do que são capazes – que se consegue entender a razão de serem tão almejadas.

Sophie, Caroline, Audrey e Anne mostraram que é possível ser parisiense em qualquer lugar, inclusive nas areias de Florianópolis.

Au revoir!