AS RUGAS DA CIDADE - A MEMÓRIA SEM MOLDURAS
- olharesviajantes
- 5 de jan. de 2015
- 2 min de leitura
Rugas humanas se misturam com as arquitetônicas. É impossível não se impressionar com a dimensão do trabalho do francês JR, em conjunto com o cubado radicado em Nova York, José Parlá. A dupla usa em benefício da arte, a maior galeria de todas: o mundo.
A história teve início em Cartagena, na Espanha, passou por Shanghai, Los Angeles, Berlin e Havana. As fotos de JR se misturam aos arabescos pintados por Parlá, transformando-se em uma única obra. É uma combinação de foto, graffiti e caligrafia.

As estrelas desta exposição ao ar livre são pessoas comuns, idosos, que são entrevistados, retratados e tem suas linhas, marcas e histórias impressas em painéis monumentais, impossíveis de serem ignorados e esquecidos.
Está aí o grande diferencial do projeto Wrinkles Of The City: os espaços que antes eram ocupados por modelos e anúncios, com a intervenção, dão lugar para pessoas do cotidiano da cidade. Alguém que poderia ser um conhecido meu, um conhecido seu. Passando uma mensagem de aceitação, alegria e beleza do decorrer dos anos. O efeito que o tempo possui no corpo humano.

O desenvolvimento desse trabalho foi documentado em vídeo e livro. Ricos em imagens e mensagens emocionantes. O processo de entrevistas, os problemas enfrentados, a reação de cada personagem ao ver sua imagem exposta nas paredes da cidade. Cada etapa é compartilhada, explicada, ilustrada.
A obra cria intimidade entre observador e observado. O enredo faz com que tudo adquira ainda mais emoção. E cada peça, leva consigo o nome de quem foi fonte de inspiração.
*Vale a pena conferir: o documentário sobre o projeto é imperdível. Nele, é retratada desde a história por trás do trabalho, o primeiro contato com cada personagem, suas reações quando veem o painel pronto. Sensível, emocionante, real. Uma obra sobre a obra.




















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